terça-feira, 26 de dezembro de 2017

NEOs Observations - CAMG Dezembro 2017 - Boletim Astronômico



    
   Quando vemos fotos da Terra vista do espaço ( Sim terraplanistas, a Terra é redonda!) nos deparamos com um esplendoroso azul em um fundo totalmente escuro mas desde criança sabemos que no escuro se escondem grandes coisas às vezes assustadoras outras vezes magníficas ou ambos, e lá não muito distante (como o nome já diz)   encontramos os NEOs (Near Earth Objects – Objetos próximos da Terra) e NEAs (Near Earth Asteroids- Asteroides próximos da Terra) que são objetos que constituem uma população de milhares de corpos relativamente pequenos que possuem orbitas próximas a da Terra e que as vezes podem oferecer um certo risco a vida no planeta.
    Em comparação a asteróides grandes as chances de algum NEA colidir com o nosso planeta é muito maior,ou seja, as colisões comuns com a Terra serão causadas pelos pequenos asteróides.  Carl Sagan diz o seguinte  em seu livro Pálido Ponto Azul: “[...]quanto maior for o tempo previsto para a colisão, no entanto, tanto mais devastador será o impacto que se pode esperar. Em média, uma vez, em algumas centenas de anos,a Terra é atingida por um objeto com, aproximadamente, setenta metros de diâmetro; a cada 10 mil anos, somos atingidos por um objeto de duzentos metros que poderia induzir graves efeitos climáticos regionais. A  cada milhão de anos, ocorre o impacto de um corpo com mais de dois quilômetros de diâmetro, equivalente a quase 1 milhão de megatons de TNT – explosão que provocaria uma catástrofe global, matando uma fração significativa da espécie humana.”.
   Como o cientista planetário norte-americano Christopher Chyba e seus colegas mostraram pela  primeira vez, os pequenos asteróides ou cometas, com uma extensão de alguns metros, se quebram e incendeiam ao entrarem em nossa atmosfera. Eles aparecem com relativa freqüência, mas não causam danos significativos. Os meteoros que não se desintegram acabam caindo como meteoritos  e a sua maioria se acomoda no fundos dos oceanos.
   Por conta dessa vizinhança tumultuada instituições como a ESA (Agência Espacial Europeia) assumiram essa empreitada com o objetivo de examinar as seguintes questões: monitorar todos os objetos interplanetários, de tamanho razoável, próximos da Terra; caracterizar sua natureza física e química; predizer quais os que podem estar numa futura rota de colisão com a Terra. No caso ESA fora criado o programa SSA ( Space Situational Awareness), saiba mais sobre ele no site oficial da ESA:< http://neo.ssa.esa.int/neo-home>.
    O Brasil também faz parte das pesquisas com o projeto IMPACTON: <http://www.on.br/impacton/>, utilizando o observatório robótico – OASI localizado............................................................................................  

Estatísticas atuais sobre NEOs

·        Neos conhecidos até o momento:  17 249 asteróides e 106 cometas;
·        Neos conhecidos até o momento com um risco diferente de zero para impacto com a Terra: 691;
·        Números de NEOs descobertos no mês de novembro: 246;
·        NEOs descobertos desde 1° de janeiro de 2017: 1842.
Fonte: ESA

Top 10 NEOs  com maior chance de colisão para os próximos 100 anos

   Atualmente, são conhecidos 691 NEOs que fazem parte da lista de risco de impacto.  Apresentamos logo abaixo, os 10 NEOS com maior probabilidade  de choque, e com as estimativas da data do impacto.
A tabela é ranqueada a partir dos valores da escala de Palermo, sabia mais sobre essa escala: https://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_de_Palermo.
Nome do Objeto
Tamanho em metros
 Data do possível impacto
Chances de acontecer
Velocidade em km/s
Escala Palermo
2017 RH16
~30
 2026-08-31 21:26
1/700
16,98
~2,36
2010 RF12
~9
 2095-09-05 23:47
1/16
12,29
~3,26
1979 XB
~900
2113-12-14 18:07   
1/1800000
26,04
~3,28
2000SG344
~50
2071-09-16 00:26
1/2100
11,26
~3,63
Apophis
 375
2068-04-12 15:13
1/500000
12,62
~3,67
2009 JF1
~16
2022-05-06 08:12
1/4000
26,41
~3,75
2006 QV89
~40
2019-09-09 07:03
1/11000
12,32
~3,79
2008 UB7
~70
2060-10-31 18:26
1/40000
21,57
~3,83
2006JY26
~9
2074-05-03 01:00
1/90
11,57
~3,91
2017 WE28
~19
2051-11-23 22:06
1/1400
14,29
~3,91

Fonte: ESA <http://neo.ssa.esa.int/c/document_library/get_file?uuid=894ecf06-3049-4b78-a81f-2f9cf07d5bd7&groupId=10157>

 


segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Que horas serão?

Sentado nessa calçada,
contemplando o nada,
vejo vários rostos.
Rostos diferentes, mas, sempre iguais.

Tic-Tac, Tic-Tac.
O tempo está passando e eles sabem... (eles sabem).
Deve ser por isso, que, de minuto em minuto eles olham as horas.

Sempre atrasados.
Sempre atrasados,mas para o quê? Eu não faço a mínima ideia.
Ventos de agosto batem em seus rostos.
em suas faces um semblante que não consigo caracterizar.
Os seus pensamentos estão distantes. e seus olhos, vazios (por quê?).

Tic-tac.
Passaram-se as horas.
Assim como todo mundo ( aquele vai e vem)
que acontece quando nos convêm.
Sem olhar ao menos ao seu redor, acaba não percebendo, que deixa para trás o melhor.

Sentado nessa calçada, vi vários passarem.
Mas tudo bem, sentado nessa calçada também vi pessoas.
Essas sim eram diferentes, eram contentes, pelo futuro não ansiavam, e que não usavam o dinheiro para preencher os vazios da vida.

Como é linda a felicidade que vem 
da simplicidade do ato de não olhar a cada minuto,
as horas.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Quem sou eu?


Já fui cego, surdo e mudo, mas hoje não sou mais.
Pois os olhos eu abri, e usar os ouvidos eu aprendi,
e da boca entre ruídos e gemidos a criança aprendeu a falar.

Já fui aleijado, incapaz de andar,
mas hoje não sou mais.
                 Pois percebi que caminhar com as próprias pernas                                                                  
poderia me tirar dessa caverna.

Nessa vida de tudo, já fui um pouco,
e do pouco, já fui tudo.
Pode até parecer um absurdo,
que o homem que viu o mundo em seu apogeu,
hoje encontre-se se perguntando: "Quem sou eu?"

Talvez não

Em meio a essa vastidão, com as ideias ofuscadas como a luz do Sol durante um eclipse,
A escuridão em sua vigília.
Desde o início do tempo até o precipício que nos espera.
Desde do Big Bang até o apocalipse,
Me encontro pensando: aonde chegaremos com tudo isso?

Quando penso neste lugar que chamamos de casa,
e me encontro, submerso em meus pensamentos minha mente se arrasa.
Agora o por que não sei.

Quando penso neste lugar que chamamos de casa,
vejo tudo, mas ao mesmo tempo, não vejo nada.
Escuto gritos de socorro, vindos de ilhas distantes talvez até mesmo
inexploradas.

Quando penso neste lugar que chamamos de casa,
presencio cenas aterrorizadas, irmão matando irmão,
chuvas de morte como em Hiroshima e Nagasaki.
Atos cometidos para conseguir pedaços de papel ou homenagear amigos imaginários,
ou até mesmo por um simples pedaço de pão.

Sem certeza alguma dos dias que virão.
E sabendo, que aqueles tempos não retornarão.
Me encontro pensando: Aonde chegaremos com tudo isso?
Quem sabe um dia nossa casa caia, sem deixar nenhum vestígio 
daqueles que um dia a habitavam.

Quando penso neste lugar que chamamos de casa,
penso que estou sozinho, apenas mais uma ilha nesse oceano cósmico.
Mas será que realmente estou sozinho?
Talvez não...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Olá você é o Flash, e é a pessoa mais rápida do mundo. Entenda porquê.

    Saiba que nesse exato momento você esta se movendo mais rápido do que qualquer coisa, é claro exceto à luz.
                                                                           Imagem do seriado The Flash 
    O planeta Terra exerce dois movimentos que são essenciais para termos: o dia e a noite, as quatro estações do ano e  os solstícios. E estes são os movimentos de rotação e translação:

  •       Rotação: movimento em que a Terra gira em torno de seu próprio eixo, movimento este responsável   pelo dia e pela noite.
  •       Translação: movimento em que a Terra gira em torno do Sol.
       
                                                          Movimentos de rotação e translação
   Estes dois movimentos associados ao grau de inclinação do eixo do planeta geram as estações do ano.
      Agora você pode se perguntar; "-Tudo bem e daí?", vamos lá, se a Terra esta em movimento significa que tem velocidade envolvida, ou seja, se a Terra demora 365 dias para dar uma volta ao redor do Sol ela deve estar como uma velocidade "x" e como calcular esta velocidade? É simples.
       A distância média entre a Terra e o Sol é de cerca de 150 milhões de quilômetros (1,5 x 10^8 Km) como sabemos, a trajetória do planeta é circular ( na verdade é uma elipse, mas neste caso como estamos calculando a velocidade média podemos deixar de lado este dado) logo basta dividir o tamanho da circunferência  pelo tempo.

  1. Fórmula da circunferência é 2piR, substituindo temos 2 x 3,14 x 1,5 x 10^8 = 942 milhões de Km
  2. Transformando os 365 dias em segundos, um dia tem 24 horas e cada hora tem 60 minutos e cada minuto tem 60 segundos e temos 365 dias no ano então fica 365 x 24x 60 x 60 = 31 milhões e 536 mil segundos
  3. Dividindo 942 milhões de km por 31 milhões e 536 mil segundos encontramos 29,79 Km/s isso é muita coisa ( em Km/h, 29,79 x 3.600 = 107.244 Km/h)!
      Agora o que muita gente não sabe é que o Sol também esta em movimento fazendo uma volta ao redor do centro da nossa galáxia. Nosso Sol descreve uma órbita praticamente circular em torno da Via Láctea e sua velocidade de translação é de 225 Km/s ( em Km/h fica 810.000 Km/h). Para dar uma volta completa ao redor do centro da galáxia o Sol leva aproximadamente duzentos milhões de anos. Como a idade da nossa estrela é de 4.5 bilhões de anos, podemos afirmar que desde que existe, o Sol já deu 22,5 voltas ao redor da galáxia.
   


                                                 Caminho do Sol ao redor do centro da Via Láctea
                                   Todas as estrelas estão em uma dança frenética ao redor do centro da Via Láctea


         Então se você está na Terra significa que você está dando uma volta ao redor do Sol com velocidade de 107.244 Km/h que por sua vez está rodando ao redor do centro da Via Láctea a uma velocidade de 810.000 Km/h, você é muito rápido, parabéns.
      


segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A astronomia pré-histórica




      A astronomia é a mais antiga das ciências naturais, uma ciência que surgiu com os primeiros homens. Logo a astronomia antecede até mesmo a escrita, e, claramente a falta da escrita propriamente dita coloca fortes barreiras sobre o conhecimento astronômico. Basta lembrar que sem ela fica muito mais difícil realizar uma das tarefas mais elementares e importantes da astronomia: o registro de observações astronômicas. Então como começaram a ser feitas as primeiras observações astronômicas? O ramo da astronomia que estuda como que nossos antepassados utilizavam à astronomia é chamada de Arqueoastronomia e ela será muito útil para nos dar esta  resposta.
        De fato, quando o processo de sedentarização começou a dar passos largos (Revolução Agrícola) o homem pode se estabelecer, formar comunidades, plantar e pastorear, o tempo passou a fazer parte do cenário cósmico assim foi preciso criar um meio de medi-lo e nada melhor que o próprio céu. Deste modo, a paisagem, que agora inclui corpos celestes, inclui uma dimensão extra na estrutura do diálogo simbólico entre homem e natureza, resultando na sacralização do espaço e na ritualização do tempo.
       O Universo conhecido por estes povos pré-históricos era somente aquele visível. Eles não conseguiam explicar a ocorrências de fenômenos corriqueiros tais como a aparição de um cometa ou um eclipse. Esses fenômenos eram observados por eles com pavor e os levaram à elaboração de muitos mitos associados à astronomia. Ao mesmo tempo, a necessidade de saber quando semear e quando colher, o que garantia a subsistência desses povos, fez com que eles passassem a olhar com mais atenção para o seu universo local. Isso pode ser comprovado pelas varias construções megalíticas (Chamamos de construções megalíticas as estruturas feitas por estes povos em que há a presença de megalitos.
(Stonehenge é um alinhamento megalítico da
Idade do Bronze, localizado no Sul da Inglaterra.
O início de sua construção foi em 2600 a.C.)

A palavra “megalito” significa “grande pedra” em grego.) que sobreviveram ate os dias de hoje e que estão, de alguma forma relacionada com a obtenção de dados astronômicos.
         No entanto existem certas polêmicas a respeito das construções megalíticas, pois, o simples fato de uma direção se materializar em monumentos megalíticos não é suficiente para lhe atribuir qualquer significado de natureza astronômica. Este significado se torna mais plausível à medida que se adicionem fatos adjuvantes que corroborem a idéia de que tais monumentos tinham como objetivo a observação astronômica. Estes fatos adjuvantes poderão ser, por exemplo, elementos da arte megalítica tais como crescentes lunares e sóis, que surgem em menires  ou em cromlechs que evidenciam possíveis orientações solares ou lunares.
        Alguns arqueoastrônomos argumentam que determinados monumentos históricos ou pré-históricos estão orientados para a estrela ou para a constelação x, y ou z. Todavia aqui coloca-se uma questão fundamental, que se aplica também a todo o campo de estudo da astronomia cultural e que é a seguinte: as orientações propostas para esses monumentos são intencionais ou não passam de coincidências?
        No texto: “ALGUMAS CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS SOBRE ARQUEOASTRONOMIA”  Fernando Coimbra cita o seguinte exemplo:
       “Imaginemos que daqui a cinco ou seis mil anos o Centro Cultural de Belém se encontra em ruínas e se perderam todas as informações escritas relativas ao mesmo.  Uma vez que a entrada principal desse edifício está virada para o jardim fronteiro ao Mosteiro dos Jerônimo e consequentemente virada a leste, um arqueoastrônomo que se preocupasse apenas com orientações astronômicas e não trabalhasse em conjunto com um arqueólogo poderia facilmente ser iludido se, por acaso, a luz do sol num dos solstícios ou num dos equinócios iluminasse algum setor significativo das ruínas em questão. Seria então, certamente, elaborada por esse investigador a teoria sobre um culto solar praticado por aqueles longínquos antepassados, sendo os vestígios arquitetônicos do CCB considerados como um templo.
               A Arqueoastronomia lida com astros mas lida principalmente com seres humanos. Ignorar a informação arqueológica relativa a um sítio que se pretenda estudar de modo arqueoastronômico pode levar a graves erros de interpretação.
             Atualmente, cada vez mais astrônomos reconhecem que a Terra ao longo da sua história vem  sendo bombardeada por cometas, pequenos asteróides, meteoritos e chuvas de meteoros. Logo existiram épocas em que o céu estampava um ou mais cometas fazendo companhia a incríveis chuvas de meteoro no céu. Tais fenômenos com certeza deveriam ter grande impacto nestas pessoas, portanto ao menos traços desses antigo céu deveriam ser detectáveis em estruturas e crenças das primeiras culturas.
        Ou seja, nem todas as estruturas megalíticas são evidências da “astronomia pré-histórica”, somente aquelas que apresentam algumas características especificas.        Hoje em dia já foram descobertas outras evidências que nos mostram que as primeiras civilizações já olhavam para o céu, um dos sítios mais fascinantes onde surgem estas evidências é a chamada Toca do Cosmos (Baía, Brasil), uma gruta com representações de sóis, possíveis cometas e eclipses. “Os povos daquela região fizeram um buraco na rocha para que os raios solares entrassem na Toca e encontrassem um desenho de sol na parede de rocha em frente ao buraco. Entre as datas mencionadas, o Sol real percorre a borraca da gruta e às 15h47 ele se acopla ao Sol pintado, cobrindo inteiramente o desenho. Ao lado do desenho do Sol, há um lagarto que é o símbolo solar porque as horas de maior interatividade do lagarto são quando o sol está mais quente. ” (Maria Beltrão)
                                          Desenho de um cometa em Toca do Cosmos
                                          Desenho do que aparenta ser um calendário em Toca do Cosmos





Bibliografia:   
Da origem ao fim do Universo Modulo 1
ABC da astronomia episódio 1

Cosmos uma odisséia no espaço episódio 1